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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cuidados com a saúde em época de enchentes e a situação da Dengue em Mato Grosso em 2008


SES alerta população para cuidados com a saúde em época de enchentes e a situação


Pedro Alves/Assessoria/SES-MT
Enchentes aumentam os riscos de contaminação por doenças como a Leptospirose, Febre Tifóide, Doenças diarréicas, Hepatite A e E, Tétano e Cólera
A Secretaria de Estado de Saúde alerta a população em áreas de risco de enchentes para os cuidados com a saúde. O coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Oberdan Ferreira Coutinho Lira, explicou que “enchentes e inundações, em resultado do aumento das chuvas, são desastres naturais que podem causar danos à saúde e ao patrimônio e que aumentam os riscos de contaminação por várias doenças como a Leptospirose, Febre Tifóide, Doenças diarréicas, Hepatite A e E, Tétano e Cólera”.

Para evitar esses danos a recomendação é de que moradores que habitem em áreas de risco não fiquem muito tempo em contato com as águas da inundação ou com a lama de enchentes, evitando a contaminação com alguma doença. Sob nenhuma hipótese se deve permitir que crianças brinquem com água ou lama de enchentes.

Se o morador tiver que manter contato com lama ou águas de enchentes, é recomendável que proteja pés e mãos com luvas e botas ou que esses membros sejam envolvidos por sacos plásticos que impeçam o contato da água e lama com a pele.

Já os alimentos devem ser protegidos de roedores, insetos e outros animais. Toda vez que moradores forem lidar com alimentos devem lavar cuidadosamente as mãos”, lembrou Oberdan Ferreira Coutinho Lira.

Outra medida preconizada é a correta lavagem dos depósitos de água potável. Primeiro deve ser retirada toda a água do recipiente (caixa d’água, baldes, tonéis e outros depósitos), fazendo-se a limpeza das paredes e do fundo do recipiente utilizando-se, para isso, pás, baldes, vassouras, rodos e panos utilizados somente para esse fim.

A seguir deve-se usar uma solução de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) de 1/1.000 (ou seja, um litro de água sanitária para 1.000 litros de água) e encher a caixa d’água com essa solução. Aguardar 30 minutos e, então, abrir as torneiras para esgotar a água. Se não quiser perder o líquido aguarde 1h30 para utilizá-lo.

Outro problema que costuma surgir nas enchentes é o aumento de acidentes envolvendo animais peçonhentos. A gerente da Vigilância de Vetores e Antropozoonoses, Marlene da Costa Barros, informou que a medida básica de medicação, em caso de ataque por qualquer animal peçonhento (cobras, escorpiões, aranhas, lagartas etc) é levar a vítima a uma Unidade de Saúde Pública, onde se encontram disponíveis soros específicos para cada tipo de picada destes animais peçonhentos. No Pronto Socorro de Cuiabá existe um Centro de Informação de Antiveneno (Ciave) que realiza atendimento nestes tipos de acidentes.

Marlene da Costa Barros alertou, ainda, para o fato de que “nunca se deve fazer torniquetes, usar produto químico, álcool, fumo ou borra de café, no local da picada ou mordida do animal pois, além de não impedir os efeitos do veneno, esses produtos podem facilitar infecções diversas. Também não se deve dar bebida alcoólica para a vitima beber.

A indicação é para que se lave o local do ferimento com bastante água e sabão e, a seguir, se leve o paciente, o mais rápido possível, a uma Unidade de Saúde Pública mais próxima. Se for possível, deve-se levar o animal que efetuou o ataque visto que isso facilita a escolha do tipo de soro que será aplicado.

No caso do Escorpião Amarelo o cuidado deve ser redobrado quando o animal ataca crianças de até 10 anos de idade, idosos ou adultos com baixa imunidade. A Unidade Básica de Saúde deve ser procurada de forma mais rápida possível na garantia da saúde desses grupos de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

PREVENÇÃO – Na zona urbana as ocorrências indicam que o maior perigo ocorre com a invasão de escorpiões amarelos nas residências. O Escorpião Amarelo tem uma picada muito dolorida, mas não causa óbito a humanos adultos saudáveis. As vítimas, geralmente, são donas de casa, pedreiros e outros, e o local da picada do animal é, quase sempre, nas mãos.

As medidas preventivas incluem impedir a entrada do animal nas casas ou que façam moradia nos quintais. “Isso é feito por se vedar portas e janelas das casas, além de outras entradas insuspeitas como ralos de banheiros e pias. Também se recomenda a limpeza de caixas de gordura pelo menos duas vezes por ano (6/6mêses), não deixar acumular entulhos nos quintais e mantê-los sempre livres de lixo”, afirmou a gerente da Vigilância de Vetores e Antropozoonoses.

Na região Norte de Mato Grosso existem ocorrências de aparecimento do Escorpião Negro, cujo nome científico é Tytius paraensis. Ele é encontrado muito em zonas de assentamento e sua picada leva à óbito. As sugestões de prevenção são: não colocar as mãos em tocas de animais (prática comum entre caçadores de Tatus) nem em cupinzeiros. Sempre sacudir botas, calçados e roupas antes de usá-las.

No caso das serpentes os cuidados são para o uso de equipamentos individuais de segurança ao andar no mato, como botas de cano longo e calças de tecido grosso, visto que os ferimentos causados por esses animais, em sua grande maioria, são nas pernas.

Boletim da situação da Dengue em Mato Grosso em 22/02/2008

Arquivo SES-MT
A Secretaria de Estado de Saúde (SES), recebeu um total de 2.571 notificações de casos de Dengue até o dia 22 de Fevereiro de 2008
A Secretaria de Estado de Saúde (SES), recebeu um total de 2.571 notificações de casos de Dengue até o dia 22 de Fevereiro de 2008. Até a presente data o Estado está investigando três casos de Complicações da Dengue: Dois no município de Campos de Júlio e um no município de Várzea Grande. O único caso de óbito por Dengue, em 2008, ocorreu na capital do Estado, Cuiabá. O laudo médico revelou que a morte foi causada por uma Síndrome de Choque da Dengue

Dos outros casos que estavam sendo investigados como Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) o de Tangará da Serra foi encerrado como FHD com evolução para cura. Já o caso de Matupá foi confirmado como Dengue com Complicações e o paciente também evoluiu para a cura.

Segundos dados da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvsa),da SES, o Estado obteve uma redução de 40% dos casos notificados de Dengue se comparados com o mesmo período do ano passado. No mês de Janeiro de 2007 o Estado recebeu notificações de 3.226 casos de Dengue. Já em Janeiro de 2008 esse número caiu para 1.950 notificações. A superintendente de Vigilância em Saúde, Maria Conceição Villa, ressaltou que esses dados são preliminares uma vez que o sistema de informações continua recebendo notificações referentes à Janeiro de 2008.

Mesmo com a queda percentual a SES continua em estado de alerta no monitoramento da Dengue em Mato Grosso, pois por estarmos num período de chuvas constantes que oferece condições para o aumento de vetores da doença, a tendência é de que o número de notificações aumente. Por isso, com a parceria das Secretarias Municipais de Saúde, a SES continua investindo na capacitação, busca de casos, diagnóstico precoce e prevenção da Dengue”, explicou Conceição Villa.

Os municípios que apresentaram maior número de notificações foram: Barra do Garças com 319 casos notificados, Matupá e Cuiabá com 220 casos, Nova Canaã do Norte com 173 casos, Alta Floresta, onde foram notificados 146 casos, o município de Tangará da Serra com 47 casos e o município de Várzea Grande com 99 casos.

Conceição Villa disse que “o Estado trabalha junto as Vigilâncias Municipais no sentido de desenvolver ações casadas envolvendo secretarias municipais do Meio Ambiente e Limpeza Urbana com a finalidade de diminuir as ocorrências da doença e acima de tudo eliminar as reservas naturais do criadouro do Aedes aegypti e nunca é demais reafirmar a importância da participação da população para conseguir diminuir a incidência da doença. Como diz a campanha da Saúde: Contra a Dengue só há uma coisa a fazer: Não deixe o mosquito nascer”.

A Superintendente lembrou algumas atitudes simples que podem acabar com os focos de dengue nas casas, como encher de areia, até a borda, os pratinhos dos vasos de planta, lavar semanalmente, por fora e por dentro, com escova e sabão, tanques utilizados para armazenar água, jogar em sacos de lixo que serão fechados todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos, garrafas vazias e etc.

O cuidado com os recipientes usados para guardar água inclui manter bem tampados tonéis e barris de água, lavar, principalmente por dentro e com escova e sabão, os utensílios usados para guardar água em casa, como jarras, garrafas, potes, baldes, manter a caixa d’água sempre fechada com tampa adequada e, se tiver vasos de plantas aquáticas, trocar a água e lavar o vaso, principalmente por dentro, com escova, água e sabão, pelo menos uma vez por semana.

Quanto aos sacos de lixo devem sempre estar bem fechados e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana. O lixo deve ser colocado em sacos plásticos e a lixeira deve ser mantida sempre bem fechada. Não se deve jogar lixo em terrenos baldios e sim remover folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas dos telhados de modo a que a água da chuva acumulada não fique sobre o telhado ou a laje.

A entrega de pneus velhos ao serviço de limpeza urbana, a guarda dos mesmos, sem água, em local coberto e abrigado da chuva, guardar garrafas sempre de cabeça para baixo e a lavagem dos pratinhos de plantas que acumularam água com escova e sabão, se não colocou areia neles, são outros hábitos que devem fazer parte do elenco de ações que contribuem para o êxito no enfrentamento da Dengue.

Ambas as matérias por JESIEL PINTO/Assessoria/SES-MT em www.saude.mt.gov.br

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